segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Cristal

Lembro-me dos teus olhos
como facas de um cristal impuro
que se ergue no mar escuro
entre as brumas de uma tempestade

Lembro-me de te olhar
como se caísse num abismo
de vertigens loucas
de sangue quente e pele.

Lembro de ser mastro erguido
rasgando os céus cor de fogo
enquanto a minha quilha
vencia as salgadas ondas
da tua imensa maré.

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