A noite iluminada por loves em néon.
As paredes cobertas de cartazes
Com estrelas do roque que, sem som,
Cantam sobre o amor ser eterno,
E único, e outras palavras fugazes.
As pessoas a queixarem-se do inverno.
As estátuas sozinhas em praças,
De braços esticados aos pombos.
Os bêbados que passeiam aos tombos.
Os cães a cossar pulgas e carraças.
Os loucos a falar de outros mundos
Distribuindo profecias e ameaças;
E mais tarde, a dormirem vagabundos
Em pedaços sujos de cartão.
Ah! Como cansa tanto a solidão!
Como cansa ouvir repetir um chavão!
Como cansa tanto do que se vê,
e mais ainda viver sem saber porquê!
Às vezez o próprio cansaço me cansa.
E então procuro, no meio de tudo isto,
Essa bóia vaga de esperança
Que é descobrir-te nos olhos que existo.
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário