Esperavas-me sozinha.
Tu eras a praia
Eu o mar que vinha
Em espuma branca.
Com os mesmos dedos
Senti-te a areia
E os não segredos
Macios das dunas.
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Escrevo
Escrevo como se te segredasse ao ouvido;
de outra forma não teriam sentido
estas e outras palavras semelhantes
que invento a pensar em ti,
como não têm sentido outros amantes
que não nós dois, agora e aqui.
Sem o teu corpo, não há significado.
Nenhum verso pode ser declamado
que não pelos teus lábios de rosa
– não fosse do teu ventre o calor
e tudo seria para sempre prosa
e ninguém acreditaria no amor.
Os teus seios são explicação suficiente
dessa procura errada e demente
dos poetas no teu corpo de mulher:
a procura dessa esperança,
dessa vontade que tanto quer,
donde se esconde, como se alcança.
de outra forma não teriam sentido
estas e outras palavras semelhantes
que invento a pensar em ti,
como não têm sentido outros amantes
que não nós dois, agora e aqui.
Sem o teu corpo, não há significado.
Nenhum verso pode ser declamado
que não pelos teus lábios de rosa
– não fosse do teu ventre o calor
e tudo seria para sempre prosa
e ninguém acreditaria no amor.
Os teus seios são explicação suficiente
dessa procura errada e demente
dos poetas no teu corpo de mulher:
a procura dessa esperança,
dessa vontade que tanto quer,
donde se esconde, como se alcança.
domingo, 2 de novembro de 2008
O Segredo
Tinha as mais difíceis
lágrimas fáceis que, creio,
alguma vez existiram. Muitos
as queriam secar, mas tinham receio
de chorar, eles também.
Porque eram pesadas essas lágrimas,
e eram pesadas vezes cem
quando caíam sobre os dois corpos
ao mesmo tempo, nús
ao mesmo tempo, postos
lado a lado, tremendo de medo,
sem defesa, os dois expostos
às dificuldades do segredo
que cada lágrima sua falava:
por causa dele eles se iam,
e por eles se irem, ela chorava.
lágrimas fáceis que, creio,
alguma vez existiram. Muitos
as queriam secar, mas tinham receio
de chorar, eles também.
Porque eram pesadas essas lágrimas,
e eram pesadas vezes cem
quando caíam sobre os dois corpos
ao mesmo tempo, nús
ao mesmo tempo, postos
lado a lado, tremendo de medo,
sem defesa, os dois expostos
às dificuldades do segredo
que cada lágrima sua falava:
por causa dele eles se iam,
e por eles se irem, ela chorava.
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
VIESTE NO SILÊNCIO DAS MARÉS
VIESTE NO SILÊNCIO DAS MARÉS
Vieste no silêncio das marés
Dar vida a estes sonhos no meu sono
Fizeste-me sentir como num trono
Pela pessoa linda que tu és
Depois tornaste a vir por tanta vez
Mostrando-me um amor que ambiciono
Tornando mais bonito o meu "outono"
(Que a vida, pelos anos, já o fez)
Fica! Pois sei que em ti também habito
Que seja tal amor o infinito
Que falas... onde tanta vez te vejo...
Se, ver Mundo melhor, eu já não posso
Que possa ver amor e seja o nosso
Na força de viver, neste desejo...
Joaquim Sustelo
(em OUTONO DA VIDA)
Vieste no silêncio das marés
Dar vida a estes sonhos no meu sono
Fizeste-me sentir como num trono
Pela pessoa linda que tu és
Depois tornaste a vir por tanta vez
Mostrando-me um amor que ambiciono
Tornando mais bonito o meu "outono"
(Que a vida, pelos anos, já o fez)
Fica! Pois sei que em ti também habito
Que seja tal amor o infinito
Que falas... onde tanta vez te vejo...
Se, ver Mundo melhor, eu já não posso
Que possa ver amor e seja o nosso
Na força de viver, neste desejo...
Joaquim Sustelo
(em OUTONO DA VIDA)
VEM TER COMIGO
VEM TER COMIGO
O céu na noite trouxe o teu sorriso
E a lua me beijou com teu amor
Envolto nestas coisas não preciso
De mais para sonhar, 'té ao alvor
Ah fosses tu a taça de licor
Que bebo com prazer e só dum trago...
Viesse junto a mim o teu calor
Trazido pelo vento como um mago,
Ou fosse a gente um corpo na penumbra
Envoltos na ternura que deslumbra
No leito nos amando longas horas,
Talvez a noite fosse uma alvorada
E a lua um lindo sol, quente e dourada...
Vem ter comigo amor... porque demoras?
Joaquim Sustelo
(em OUTONO DA VIDA)
O céu na noite trouxe o teu sorriso
E a lua me beijou com teu amor
Envolto nestas coisas não preciso
De mais para sonhar, 'té ao alvor
Ah fosses tu a taça de licor
Que bebo com prazer e só dum trago...
Viesse junto a mim o teu calor
Trazido pelo vento como um mago,
Ou fosse a gente um corpo na penumbra
Envoltos na ternura que deslumbra
No leito nos amando longas horas,
Talvez a noite fosse uma alvorada
E a lua um lindo sol, quente e dourada...
Vem ter comigo amor... porque demoras?
Joaquim Sustelo
(em OUTONO DA VIDA)
UMA FOTO...
UMA FOTO...
Nas cálidas manhãs sempre me vejo
Olhando o teu sorriso cristalino...
Os lábios sensuais onde imagino
Como seria ter tão quente um beijo
Na ardência sempre cresce este desejo
De ter teu corpo belo que me inflama
A excitação que tem sempre quem ama
Formas esculturais como prevejo
Assim eu vou olhando a tua foto...
E cálido o meu corpo também noto
Pensando junto a mim ter-te algum dia
Talvez nunca se cruzem nossas vidas
Mas venho olhar-te vezes repetidas
E a foto sempre faz esta magia...´
Joaquim Sustelo
(em OUTONO DA VIDA)
Nas cálidas manhãs sempre me vejo
Olhando o teu sorriso cristalino...
Os lábios sensuais onde imagino
Como seria ter tão quente um beijo
Na ardência sempre cresce este desejo
De ter teu corpo belo que me inflama
A excitação que tem sempre quem ama
Formas esculturais como prevejo
Assim eu vou olhando a tua foto...
E cálido o meu corpo também noto
Pensando junto a mim ter-te algum dia
Talvez nunca se cruzem nossas vidas
Mas venho olhar-te vezes repetidas
E a foto sempre faz esta magia...´
Joaquim Sustelo
(em OUTONO DA VIDA)
UM POEMA LINDO
UM POEMA LINDO
Há um poema lindo em letras de ouro
Que tenho, em moldura prateada
Guardei-o para mim, é meu tesouro
Não me desfaço dele nem por nada
A letra é tão suave... uma balada
A rima lhe confere melodia
A forma ela é airosa, delicada
Em estrofes tão perfeitas... extasia!
Tenho-o... estou feliz... é minha glória
E há na gravação dedicatória
Pois pedi à autora e ela fez-ma
Não há outro que seja mais bonito!
Declamo-o com amor e canto e grito
Pois sabes o poema... ele és tu mesma!
Joaquim Sustelo
(em OUTONO DA VIDA)
Há um poema lindo em letras de ouro
Que tenho, em moldura prateada
Guardei-o para mim, é meu tesouro
Não me desfaço dele nem por nada
A letra é tão suave... uma balada
A rima lhe confere melodia
A forma ela é airosa, delicada
Em estrofes tão perfeitas... extasia!
Tenho-o... estou feliz... é minha glória
E há na gravação dedicatória
Pois pedi à autora e ela fez-ma
Não há outro que seja mais bonito!
Declamo-o com amor e canto e grito
Pois sabes o poema... ele és tu mesma!
Joaquim Sustelo
(em OUTONO DA VIDA)
TALVEZ
TALVEZ
Talvez tu fosses pedra no caminho
Por onde eu apressado fui um dia
Talvez fosses da rosa algum espinho
Que seu pico espetou quando a colhia
Talvez fosses até... vaga alterosa
Que um dia se atirou ao meu batel
Serpente horripilante, venenosa
Minha destruição vindo em tropel
Talvez fosses só dor em minha vida...
Por isso não chorei na despedida
Ficar, isso é que sim, dava receio
Talvez tendo-te visto assim... problema
Não merecesses mais este poema
Mas sabes...tenho pena... não te odeio...
Joaquim Sustelo
(em OUTONO DA VIDA)
Talvez tu fosses pedra no caminho
Por onde eu apressado fui um dia
Talvez fosses da rosa algum espinho
Que seu pico espetou quando a colhia
Talvez fosses até... vaga alterosa
Que um dia se atirou ao meu batel
Serpente horripilante, venenosa
Minha destruição vindo em tropel
Talvez fosses só dor em minha vida...
Por isso não chorei na despedida
Ficar, isso é que sim, dava receio
Talvez tendo-te visto assim... problema
Não merecesses mais este poema
Mas sabes...tenho pena... não te odeio...
Joaquim Sustelo
(em OUTONO DA VIDA)
TAL COMO...
TAL COMO
Tal como a água da fonte
Brota cristalina e pura
Tal como a neve no monte
Brilha ao sol de tanta alvura,
Tal como nuvens branquinhas
Dão ao céu maior esplendor
Ou nos ninhos, andorinhas
Enchem os beirais de amor,
Assim brilham os teus olhos
Esse sorriso tem graça
Tua ternura inebria
Fazem esquecer os escolhos
Ou agrura inda que escassa
E dão mais calor ao dia.
Joaquim Sustelo
(em OUTONO DA VIDA)
Tal como a água da fonte
Brota cristalina e pura
Tal como a neve no monte
Brilha ao sol de tanta alvura,
Tal como nuvens branquinhas
Dão ao céu maior esplendor
Ou nos ninhos, andorinhas
Enchem os beirais de amor,
Assim brilham os teus olhos
Esse sorriso tem graça
Tua ternura inebria
Fazem esquecer os escolhos
Ou agrura inda que escassa
E dão mais calor ao dia.
Joaquim Sustelo
(em OUTONO DA VIDA)
SORRISOS...
SORRISOS...
Sorrisos na procura de um olhar
Na vida tantos dei... e me surgiste
Tinhas olhar sereno, um tanto triste,
Daqueles que contemplam a sonhar
Depois... um desviar por tanta vez...
Os olhos procuravam outro ponto
Desejo, ou vergonha, ou o desconto
De quem a medo iria amar talvez
Vieram outros tempos... confiança,
E houve do amor essa aliança
Que só quem ama tanto nos entende
Ligadas uma à outra as nossas almas...
Com tua voz suave tu me acalmas
E hoje o meu olhar no teu se prende.
Joaquim Sustelo
(em OUTONO DA VIDA)
Sorrisos na procura de um olhar
Na vida tantos dei... e me surgiste
Tinhas olhar sereno, um tanto triste,
Daqueles que contemplam a sonhar
Depois... um desviar por tanta vez...
Os olhos procuravam outro ponto
Desejo, ou vergonha, ou o desconto
De quem a medo iria amar talvez
Vieram outros tempos... confiança,
E houve do amor essa aliança
Que só quem ama tanto nos entende
Ligadas uma à outra as nossas almas...
Com tua voz suave tu me acalmas
E hoje o meu olhar no teu se prende.
Joaquim Sustelo
(em OUTONO DA VIDA)
terça-feira, 21 de outubro de 2008
SE UM DIA EM TEU OLHAR...
SE UM DIA EM TEU OLHAR…
Se um dia em teu olhar nascerem flores
Fragrância inebriante de um jardim
Não deixes meu amor de olhar-me assim
Que tudo guardarei se de mim fores
Terei lindos canteiros, tantas cores...
E tu serás no centro a flor mais bela
Depois tentarei ver-te da janela
Lembrando esses teus olhos sedutores
Absorto ficarei em tal enlevo
Não olharei por mais até nem devo
Foi tanto o que me deste... o que me dás...
E cantarei um hino à tarde calma
Lembrando como é linda a tua alma
Depois posso partir, que vou em paz.
Joaquim Sustelo
(em OUTONO DA VIDA)
Se um dia em teu olhar nascerem flores
Fragrância inebriante de um jardim
Não deixes meu amor de olhar-me assim
Que tudo guardarei se de mim fores
Terei lindos canteiros, tantas cores...
E tu serás no centro a flor mais bela
Depois tentarei ver-te da janela
Lembrando esses teus olhos sedutores
Absorto ficarei em tal enlevo
Não olharei por mais até nem devo
Foi tanto o que me deste... o que me dás...
E cantarei um hino à tarde calma
Lembrando como é linda a tua alma
Depois posso partir, que vou em paz.
Joaquim Sustelo
(em OUTONO DA VIDA)
MARAVILHAS
MARAVILHAS
Cruzaste-te comigo em plena rua
Sorriste... eu te sorri do mesmo jeito
Num corpo escultural de tão bem feito
Pensei... que bom, por baixo ela vai nua!
O passo se me tolhe... até recua
Olho mais uma vez cambaleando
Trejeitos dessas formas meneando
Oh céus, tanta beleza que é a tua!
O rosto... ai esse rosto... ele é tão lindo!
Não sei se vou esquecer ou se anos findo
Em êxtase que tenho tão profundo...
Em ti tudo é esplendor, pois tudo brilha
Serás tu a oitava maravilha
Depois daquelas sete que há no Mundo?
Joaquim Sustelo
(em OUTONO DA VIDA)
Cruzaste-te comigo em plena rua
Sorriste... eu te sorri do mesmo jeito
Num corpo escultural de tão bem feito
Pensei... que bom, por baixo ela vai nua!
O passo se me tolhe... até recua
Olho mais uma vez cambaleando
Trejeitos dessas formas meneando
Oh céus, tanta beleza que é a tua!
O rosto... ai esse rosto... ele é tão lindo!
Não sei se vou esquecer ou se anos findo
Em êxtase que tenho tão profundo...
Em ti tudo é esplendor, pois tudo brilha
Serás tu a oitava maravilha
Depois daquelas sete que há no Mundo?
Joaquim Sustelo
(em OUTONO DA VIDA)
MAGIA
M A G I A
Na dança das palavras há magia
Põe-se uma após a outra e docemente
Sem muitas, com algumas simplesmente,
Constrói-se uma bonita poesia
É como com as notas musicais
São poucas mas com elas há milhões
De tão lindas baladas ou canções
E quantas se farão ainda mais!...
Magia ele há em ti nessa aliança
Dos olhos me sorrindo numa dança
Ligada ao teu falar, que me inebria
Encanta-me o teu mimo, um leve afago...
Não sei se me tornei também num mago
Já vejo em meu redor tudo magia ...
Joaquim Sustelo
(em OUTONO DA VIDA)
Na dança das palavras há magia
Põe-se uma após a outra e docemente
Sem muitas, com algumas simplesmente,
Constrói-se uma bonita poesia
É como com as notas musicais
São poucas mas com elas há milhões
De tão lindas baladas ou canções
E quantas se farão ainda mais!...
Magia ele há em ti nessa aliança
Dos olhos me sorrindo numa dança
Ligada ao teu falar, que me inebria
Encanta-me o teu mimo, um leve afago...
Não sei se me tornei também num mago
Já vejo em meu redor tudo magia ...
Joaquim Sustelo
(em OUTONO DA VIDA)
I L U S Ã O
I L U S Ã O
Senti suave e quente a tua face
No seu rubor bem encostada à minha
E nem sei descrever o que é que tinha
Quando se deu de nós aquele enlace...
Se o Mundo nesse dia se acabasse,
Que importância afinal é que isso tinha?
A tua vida iria presa à minha
Só que eu nesse momento te beijasse
Que dia de lembranças! Saudade!…
Indescritível a felicidade
Que nada me parecia ter um fim
Porém, olhei a vida… que ilusão!
Notei que tens um falso coração
Apenas foi um sonho o que houve em mim.
(em 1965, aos 17 anos)
Joaquim Sustelo
(editado em OUTONO DA VIDA)
Senti suave e quente a tua face
No seu rubor bem encostada à minha
E nem sei descrever o que é que tinha
Quando se deu de nós aquele enlace...
Se o Mundo nesse dia se acabasse,
Que importância afinal é que isso tinha?
A tua vida iria presa à minha
Só que eu nesse momento te beijasse
Que dia de lembranças! Saudade!…
Indescritível a felicidade
Que nada me parecia ter um fim
Porém, olhei a vida… que ilusão!
Notei que tens um falso coração
Apenas foi um sonho o que houve em mim.
(em 1965, aos 17 anos)
Joaquim Sustelo
(editado em OUTONO DA VIDA)
E FOSTE…
E FOSTE…
E foste como se fosse
Parte da luz dos meus olhos
Ficando eu nos escolhos
Que a tua ausência me trouxe
Na mente esse olhar tão doce
Esse sorriso tão puro
Mas essa paz que procuro
Lá foi contigo... afastou-se
Brisa leve que me afaga
Aroma que me embriaga
Quando vais tudo me finda…
Irias também tu triste?
E a saudade persiste
Dessa jóia rara e linda.
Joaquim Sustelo
(em OUTONO DA VIDA)
E foste como se fosse
Parte da luz dos meus olhos
Ficando eu nos escolhos
Que a tua ausência me trouxe
Na mente esse olhar tão doce
Esse sorriso tão puro
Mas essa paz que procuro
Lá foi contigo... afastou-se
Brisa leve que me afaga
Aroma que me embriaga
Quando vais tudo me finda…
Irias também tu triste?
E a saudade persiste
Dessa jóia rara e linda.
Joaquim Sustelo
(em OUTONO DA VIDA)
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
COLHENDO ESTRELAS
COLHENDO ESTRELAS
Ah quem pudesse semear estrelas
Encher com elas todo o teu cabelo!
Ter o poder de as alcançar, colhê-las,
Ornamentá-lo com carinho e zelo!
Ter esta glória de ter-te e de tê-las
Quando em afagos de amor e desvelo,
Olhos extasiados por ficar a vê-las
Unisse os lábios aos teus como um selo
Ah quem pudesse... Mas eu quero e pude!
Por uns momentos tive essa virtude
Voltar a tê-la, vou ter o ensejo
Sonhei contigo: brilhantes, desciam...
No teu cabelo espalhava-as, sorriam…
E por cada estrela tu davas-me um beijo.
Joaquim Sustelo
(em MURMÚRIOS NO TEMPO)
Ah quem pudesse semear estrelas
Encher com elas todo o teu cabelo!
Ter o poder de as alcançar, colhê-las,
Ornamentá-lo com carinho e zelo!
Ter esta glória de ter-te e de tê-las
Quando em afagos de amor e desvelo,
Olhos extasiados por ficar a vê-las
Unisse os lábios aos teus como um selo
Ah quem pudesse... Mas eu quero e pude!
Por uns momentos tive essa virtude
Voltar a tê-la, vou ter o ensejo
Sonhei contigo: brilhantes, desciam...
No teu cabelo espalhava-as, sorriam…
E por cada estrela tu davas-me um beijo.
Joaquim Sustelo
(em MURMÚRIOS NO TEMPO)
Cristal
Lembro-me dos teus olhos
como facas de um cristal impuro
que se ergue no mar escuro
entre as brumas de uma tempestade
Lembro-me de te olhar
como se caísse num abismo
de vertigens loucas
de sangue quente e pele.
Lembro de ser mastro erguido
rasgando os céus cor de fogo
enquanto a minha quilha
vencia as salgadas ondas
da tua imensa maré.
como facas de um cristal impuro
que se ergue no mar escuro
entre as brumas de uma tempestade
Lembro-me de te olhar
como se caísse num abismo
de vertigens loucas
de sangue quente e pele.
Lembro de ser mastro erguido
rasgando os céus cor de fogo
enquanto a minha quilha
vencia as salgadas ondas
da tua imensa maré.
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
CELAS
CELAS
Encandeou-me o brilho dos teus olhos
Que olhei a tua foto tanto, tanto...
(Momentos que me afastam os escolhos
Que a vida sempre traz, de dor ou pranto)
Olhei o teu sorriso, fez-me encanto.
E os nós que imaginei nos teus cabelos,
Num desejo que cresce e que agiganto,
Prenderam-me em vontade, aqui, de tê-los!
Olhei esse teu ar, distante, lindo
De quem se deslocou ao infinito;
E este grande amor com que te brindo
Senti haver em ti, forte, bonito!
Ah... quanto vê a alma p'las janelas
Quando elas abrem bem, de par em par...
Se um dia eu conhecer algumas celas
Que sejam as prisões do teu olhar!
Joaquim Sustelo
(em CAMINHOS DA VIDA)
Encandeou-me o brilho dos teus olhos
Que olhei a tua foto tanto, tanto...
(Momentos que me afastam os escolhos
Que a vida sempre traz, de dor ou pranto)
Olhei o teu sorriso, fez-me encanto.
E os nós que imaginei nos teus cabelos,
Num desejo que cresce e que agiganto,
Prenderam-me em vontade, aqui, de tê-los!
Olhei esse teu ar, distante, lindo
De quem se deslocou ao infinito;
E este grande amor com que te brindo
Senti haver em ti, forte, bonito!
Ah... quanto vê a alma p'las janelas
Quando elas abrem bem, de par em par...
Se um dia eu conhecer algumas celas
Que sejam as prisões do teu olhar!
Joaquim Sustelo
(em CAMINHOS DA VIDA)
terça-feira, 30 de setembro de 2008
Atame(1990)
Lá vai ele avançando como um louco
voando para a mulher que ama
lá esta ela, esperando um pouco
deitada, presa na cama.
Da-lhe droga para aliviar a dor
Apanha uma sova, lá vai o dente
Ai! que fogo é este amor
que ela sente.
Nesta noite do tentador
fica presa sem cordas
o amor ganha cor
num misturar de vermelho e rosas.
voando para a mulher que ama
lá esta ela, esperando um pouco
deitada, presa na cama.
Da-lhe droga para aliviar a dor
Apanha uma sova, lá vai o dente
Ai! que fogo é este amor
que ela sente.
Nesta noite do tentador
fica presa sem cordas
o amor ganha cor
num misturar de vermelho e rosas.
Mulher
Mortes, mar, ondas, tempestade,
Lava calma destrói-lo,
Excesso de histórias, víctimas da idade...
Lágrima e sangue derramado,
São da nossa vil essência,
Tal como Deus e o diabo!
Virgem serena de olhos cristal,
Véu branco,loiros cabelos penteados,
Folha deliciosamente corada
Cai latina em repouso agora,
Atrastando a próxima alvorada ...
Lava calma destrói-lo,
Excesso de histórias, víctimas da idade...
Lágrima e sangue derramado,
São da nossa vil essência,
Tal como Deus e o diabo!
Virgem serena de olhos cristal,
Véu branco,loiros cabelos penteados,
Folha deliciosamente corada
Cai latina em repouso agora,
Atrastando a próxima alvorada ...
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
RENDIÇÕES
Atrás de escura nuvem se escondeu
Adivinhando a chuva que aí vinha
O sol envergonhado lá no céu
E foi-se embora o brilho que ele tinha
Fenómenos que são tão curiosos...
A minha mente quase nem entende...
Astro tão forte, raios luminosos,
Esconde-se envergonhado, até se rende...
Será por ver na chuva que o céu chora
Que a culpa é dos seus raios que hão lá posto
Nas nuvens, água que há evaporado?
Também te fiz chorar... fui sem demora
Secar-te duas lágrimas no rosto
Depois eu me rendi, envergonhado.
Joaquim Sustelo
(em OUTONO DA VIDA)
Adivinhando a chuva que aí vinha
O sol envergonhado lá no céu
E foi-se embora o brilho que ele tinha
Fenómenos que são tão curiosos...
A minha mente quase nem entende...
Astro tão forte, raios luminosos,
Esconde-se envergonhado, até se rende...
Será por ver na chuva que o céu chora
Que a culpa é dos seus raios que hão lá posto
Nas nuvens, água que há evaporado?
Também te fiz chorar... fui sem demora
Secar-te duas lágrimas no rosto
Depois eu me rendi, envergonhado.
Joaquim Sustelo
(em OUTONO DA VIDA)
Dois corpos nus
Sobre os lençóis,
mesa de jogo,
dois corpos sem trunfo lançados,
dois corpos nus, abraçados
Gestos de harmonia
plenos de sedução,
fragrâncias orientais:
canela e açafrão.
Dança, jogo, corpo
força, desejo, luta...
beber nos teus lábios a água,
morder no teu ventre a fruta.
mesa de jogo,
dois corpos sem trunfo lançados,
dois corpos nus, abraçados
Gestos de harmonia
plenos de sedução,
fragrâncias orientais:
canela e açafrão.
Dança, jogo, corpo
força, desejo, luta...
beber nos teus lábios a água,
morder no teu ventre a fruta.
domingo, 21 de setembro de 2008
ALUCINAÇÃO
Ouvi teus passos no vento
Em movimento suspenso;
Ecos do meu pensamento
Nos trilhos onde me adenso.
Era o som de um movimento
Provindo do espaço imenso;
Era num tempo sem tempo
Prá minha alma um incenso.
E num êxtase profundo
Mergulhei num outro mundo,
Horizontes de lonjura...
Ante o frémito suave
Rodei pela porta a chave
E fui à tua procura.
JoaquimSustelo
(editado em RAIOS DE LUZ)
Em movimento suspenso;
Ecos do meu pensamento
Nos trilhos onde me adenso.
Era o som de um movimento
Provindo do espaço imenso;
Era num tempo sem tempo
Prá minha alma um incenso.
E num êxtase profundo
Mergulhei num outro mundo,
Horizontes de lonjura...
Ante o frémito suave
Rodei pela porta a chave
E fui à tua procura.
JoaquimSustelo
(editado em RAIOS DE LUZ)
CONTRASTES
CONTRASTES
Da noite escura nasce a madrugada
Da madrugada nasce um claro dia
O sol surgindo, à terra enregelada
Traz o calor que tudo anima e cria
Do calor nasce a sombra desejada
E vem na sombra aragem e frescura
Frescura, ela há na fonte que encantada
Verte água fresca, cristalina e pura
O Mundo se completa no contraste...
O frio e o calor, o escuro, o claro,
O total desinteresse... a amizade...
E tu, no teu encanto, o que causaste?
- Nasceu-me amor por ti, um amor raro
Que cresce exactamente na saudade.
Joaquim Sustelo
(editado em OUTONO DA VIDA)
Da noite escura nasce a madrugada
Da madrugada nasce um claro dia
O sol surgindo, à terra enregelada
Traz o calor que tudo anima e cria
Do calor nasce a sombra desejada
E vem na sombra aragem e frescura
Frescura, ela há na fonte que encantada
Verte água fresca, cristalina e pura
O Mundo se completa no contraste...
O frio e o calor, o escuro, o claro,
O total desinteresse... a amizade...
E tu, no teu encanto, o que causaste?
- Nasceu-me amor por ti, um amor raro
Que cresce exactamente na saudade.
Joaquim Sustelo
(editado em OUTONO DA VIDA)
terça-feira, 17 de junho de 2008
vez vez vez
Eu não sou nada bruto
sou docíl como um cordeiro
branco, branquinho que nem um puto
e todo inofensivo.
O que eu quero
é deixar-te confusa
pensar em coisas loucas
e ouvir-te dizer que me amas
Apenas uma vez
para depois, perder a magia
de uma só vez
e quando sentires a falta de...
eu estarei aqui para ouvir
tudo outra vez.
sou docíl como um cordeiro
branco, branquinho que nem um puto
e todo inofensivo.
O que eu quero
é deixar-te confusa
pensar em coisas loucas
e ouvir-te dizer que me amas
Apenas uma vez
para depois, perder a magia
de uma só vez
e quando sentires a falta de...
eu estarei aqui para ouvir
tudo outra vez.
domingo, 1 de junho de 2008
Servir, para depois...
(Ele Fala)
Perdido de amores minha rainha
só por ti
quero-te minha, só minha
(Ela fala)
Meu doce amante
o Rei, já espreita
e se ele sabe, mata-te
Amanhã vou para a corte
escoltada por outro qualquer
Ah!! que pouca sorte
Se ou menos fosses a segunda opcção
teria todo o gosto em viajar
aqui e ali ou até navegar.
Hoje é nosso último dia
Anoite haverá festa e o Rei
quererá a minha companhia
(Ele Fala)
Eu sei...
Sabe, eu sou a terçeira opcção
e amanhã terei a sua mão
(Ela fala)
Mas como, meu amante?
se o que fazes é servir
outros com poder mais forte
(Ele Fala)
Nesta noite de festa
irei servir o vinho
e pela manhã seremos os dois
de mão dada a caminho.
Perdido de amores minha rainha
só por ti
quero-te minha, só minha
(Ela fala)
Meu doce amante
o Rei, já espreita
e se ele sabe, mata-te
Amanhã vou para a corte
escoltada por outro qualquer
Ah!! que pouca sorte
Se ou menos fosses a segunda opcção
teria todo o gosto em viajar
aqui e ali ou até navegar.
Hoje é nosso último dia
Anoite haverá festa e o Rei
quererá a minha companhia
(Ele Fala)
Eu sei...
Sabe, eu sou a terçeira opcção
e amanhã terei a sua mão
(Ela fala)
Mas como, meu amante?
se o que fazes é servir
outros com poder mais forte
(Ele Fala)
Nesta noite de festa
irei servir o vinho
e pela manhã seremos os dois
de mão dada a caminho.
domingo, 11 de maio de 2008
Depressão
O vento ruge frio e neve
Por entres os ramos despidos adormecidos;
Uma dor profunda e breve,
À qual fugimos olhar porque a também sentimos.
De uma janela embaciada,
Olhar sem réstia de brasa esperançada,
Velho cansado, morreu na altura que arriscou,
Que ousou pensar que tinha ganho uma batalha que não existia?
Quem o salva?
Quem o salva se são apenas lã e tecido que o aquecem,
Enquanto o resto da floresta o esquecem?
Quem o salva quando a fogueira que é apenas combustão
Que ele a própria criou, já começa a minguar?
Forte é o homem que depois de extinguido
Continua em pé…
Corajoso, ou estúpido, é aquele que batalha desarmado
O abismo das maravilhas e do fim da Fé.
Herói é aquele que combate mas morre na glória do que protege.
Ouvi S’pectros negros da evolução
Que do primitivo e abominável nos tiraram
E ao ódio e à instável paixão nos entregaram!
- Por mais obscura e fria seja a verdade que acontecer,
A glória do humano que chora e é fraco
É o Morrer e Renascer!
Por entres os ramos despidos adormecidos;
Uma dor profunda e breve,
À qual fugimos olhar porque a também sentimos.
De uma janela embaciada,
Olhar sem réstia de brasa esperançada,
Velho cansado, morreu na altura que arriscou,
Que ousou pensar que tinha ganho uma batalha que não existia?
Quem o salva?
Quem o salva se são apenas lã e tecido que o aquecem,
Enquanto o resto da floresta o esquecem?
Quem o salva quando a fogueira que é apenas combustão
Que ele a própria criou, já começa a minguar?
Forte é o homem que depois de extinguido
Continua em pé…
Corajoso, ou estúpido, é aquele que batalha desarmado
O abismo das maravilhas e do fim da Fé.
Herói é aquele que combate mas morre na glória do que protege.
Ouvi S’pectros negros da evolução
Que do primitivo e abominável nos tiraram
E ao ódio e à instável paixão nos entregaram!
- Por mais obscura e fria seja a verdade que acontecer,
A glória do humano que chora e é fraco
É o Morrer e Renascer!
Amor adolescente
Amor adolescente é fogo que arde
Mas só alguns queima,
Ilusão da verdade,
Rosa espinhada cravada no peito,
Interesse pervertido ou caridade?
Rio que não desagua e beijo imperfeito.
Perdiz inocente baleada,
Sorriso perdido e venenoso
Nada mais que apenas desejo,
Vindo da confusão e alvoroço.
Natureza parcial
Vítima e carrasco
Outono em Abril,
Sozinho por querer com alguém estar
Verbos amar e ser amado
Sendo como amendoeira em flor
Pelo vento beijado…
O Amor Adolescente
Quebra de outro horizonte
Vela com teima incandescente.
Não quero ver nem ser visto,
Apesar de marinheiro só em tempestades
Mais vale estar perdido em oceano virgem,
Do que nunca saborear
A corrente da idade.
Mas só alguns queima,
Ilusão da verdade,
Rosa espinhada cravada no peito,
Interesse pervertido ou caridade?
Rio que não desagua e beijo imperfeito.
Perdiz inocente baleada,
Sorriso perdido e venenoso
Nada mais que apenas desejo,
Vindo da confusão e alvoroço.
Natureza parcial
Vítima e carrasco
Outono em Abril,
Sozinho por querer com alguém estar
Verbos amar e ser amado
Sendo como amendoeira em flor
Pelo vento beijado…
O Amor Adolescente
Quebra de outro horizonte
Vela com teima incandescente.
Não quero ver nem ser visto,
Apesar de marinheiro só em tempestades
Mais vale estar perdido em oceano virgem,
Do que nunca saborear
A corrente da idade.
Valetes de Copas
Sou por ti apaixonado,
sem ti não sei viver,
estou pra sempre condenado
e é esse o meu fado
em lutar por ti, mulher.
Neste jogo viciante,
sem regras nem tabuleiro,
joga o mestre e o estudante,
o avô velho e o novo infante,
com apego verdadeiro.
Passeio no campo florido,
fascino-me com o seu odor,
e no meio de tanto colorido,
sinto o coração perdido,
em busca de ti amor.
sem ti não sei viver,
estou pra sempre condenado
e é esse o meu fado
em lutar por ti, mulher.
Neste jogo viciante,
sem regras nem tabuleiro,
joga o mestre e o estudante,
o avô velho e o novo infante,
com apego verdadeiro.
Passeio no campo florido,
fascino-me com o seu odor,
e no meio de tanto colorido,
sinto o coração perdido,
em busca de ti amor.
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